Fazendo História(s) - Livro E21
Luciano Busato Vignoli
Amor
O capítulo relata uma reunião com um cliente do setor de refeições coletivas, onde, ao discutir valores corporativos, surgiu a proposta ousada de adotar o amor como princípio. Após risos e reflexões, o conceito foi entendido como dedicação, respeito e presença — e acabou incorporado como valor oficial da empresa. No final, uma história curiosa mostra uma executiva cética que surpreendentemente apostava no bicho — e ganhava.
Gramado
Luciano relembra sua longa relação com Gramado, onde atendeu diversos clientes e acumulou histórias na estrada — de nevascas a calor escaldante e roupas ensopadas secando no ar-condicionado de um hotel antes de uma reunião. Também narra o caso de um mecânico talentoso que virou sócio da empresa, mas cujo comportamento mudou radicalmente com o novo status, colocando tudo a perder já no primeiro dia útil como “dono”.
Sonhos
Luciano conta a criação de um jingle sertanejo ousado para um cliente de colchões que cortou a verba de TV. O jingle, feito com paixão e colaboração quase voluntária, venceu o Grand Prix nacional de rádio, levando Luciano a São Paulo para receber o prêmio ao lado dos maiores nomes da publicidade. Mas o sucesso criativo não refletiu nas vendas, o que o levou a investigar mais a fundo o negócio do cliente — e, assim, nasceu seu lado planejador. O capítulo ainda traz novas histórias do time de futebol da agência, como a do inesquecível “Nego-bala”.
Vícios
Luciano relata o esforço inicial da agência para crescer com poucos recursos e muitos talentos em busca de uma chance. Alguns desses profissionais vinham marcados por vícios ou histórias difíceis, como o caso de um produtor talentoso e alcoólatra, cuja luta silenciosa acabou num Natal agridoce — com presentes perdidos, mas o peru salvo. O capítulo fecha com o futebol da agência, recheado de improvisos e histórias de vida que expõem as duras realidades sociais ao redor da equipe.
Homens
O capítulo conta a história de um cliente visionário e exigente do setor da moda nos anos 1980, que decide lançar uma loja masculina a partir de sua rede de lojas femininas de alto padrão. Mesmo com dúvidas sobre o reposicionamento da marca, o autor aceita o desafio de criar uma campanha ousada. A ideia do comercial gira em torno de um seio feminino sendo tocado por um braço masculino, com o slogan: "Chegou a Loja do Homem." A produção enfrenta obstáculos, como encontrar os modelos certos e superar a censura da época. O comercial vai ao ar à noite, gera polêmica e grande repercussão, resultando em sucesso para a nova loja.
Ratos
Neste capítulo, Luciano relembra um projeto intenso de redesign de embalagens feito à mão por sua equipe, que foi sabotado por ratos na véspera da entrega. Após refazerem tudo às pressas, conseguiram entregar no prazo e agradar o cliente. O episódio simboliza os desafios criativos e a importância do trabalho em equipe, além de criticar clientes que desvalorizam o esforço profissional.
Contas
Luciano relembra o início da agência, viabilizado com o apoio do tio Dino, cuja promessa de ajuda nunca chegou a se concretizar após uma tragédia familiar. Desde então, aprendeu que cliente só conta quando está ativo, pagando e satisfeito. Também compartilha uma frustrada tentativa de prospectar novos negócios com uma executiva contratada, culminando numa viagem doente para visitar empresas fantasmas — incluindo uma "fábrica" de chocolates numa garagem. O saldo: nenhuma conta nova, mas um bom chocolate.
Genese
Luciano relembra o início de sua carreira, ainda como estudante de Publicidade, fazendo de tudo em uma pequena agência até receber o convite para fundar uma nova, em Porto Alegre. A experiência moldou sua visão: simplicidade, agilidade e criatividade são essenciais — especialmente diante da escassez mais valiosa de todas: o tempo.
Introdução
Luciano dedica o livro aos clientes, colegas e à parceira Claudia, reconhecendo que a história da agência é, na verdade, feita pelas marcas que ajudaram a construir. Rejeita o tom épico e propõe um olhar realista e bem-humorado sobre os 40 anos da E21, por meio de 21 histórias que misturam memória, aprendizado e, talvez, só uma versão da realidade.