Vale utilizar todo o potencial da web na destruição da imagem do seu negócio?
Numa internet hipercapitalista, em que tudo e todos viraram ofertas, por que será que tanta marca busca (ok, ok, talvez meio que inconscientemente…) construir na web a ideia de que sua grande empresa (sua grande marca) não passa de um negócio pequeno/médio/mediano (e de uma marca medíocre)?
Pra que tanta bobajada? Tanta irrelevância? Tanta comemoração pelo Dia do Avestruz (que bicho estranho, não?)?
Pra que tanta coisa comum, sem foco nem objetivo. Tipo vamos lá, façamos qualquer coisa, afinal tá todo mundo lá e não temos tempo a perder (pra que, mesmo?).
Como diz um cliente nosso: Parece que as Redes Sociais viraram o “Espaço-Kids” das marcas!
Se você quiser realmente aproveitar todo o potencial da web para destruir a imagem do seu negócio, ou melhor, para construir a ideia de que sua grande empresa (e marca) é um negócio pequeno, siga esses 10 passos seguros para o nadismo (a busca insana de nada de relevância e retorno, pois), o ostracismo, o desvalor, o constrangimento e… o fim gradativo de sua marca.
1 – Banalize a qualidade do conteúdo que você publica
Contrate um menino, tipo estagiário, que poste em seu nome qualquer coisa que lhe passe na cabeça. Aniversário do Presidente. Botãozinho novo na sua nova máquina. Páscoa dos funcionários (se alguém estiver de orelhinhas, melhor). Palestra interna de sustentabilidade. Enfim, caiu na rede é conteúdo. Poste, poste, poste! Crie uma confusão mental no mercado a respeito de seu foco, de sua diferenciação e de seu valor. Poste, poste, poste! Tenha uma meta. Um post por dia. Ou um na segunda, na quarta e na sexta. Ou terça e quinta. Não importa. Ninguém dá a menor pelota pra isso na sua “audiência”. Mediocrize. Qualquer um redige conteúdo. Posicionamento? Diferenciação competitiva? Não importa. Somente isso: poste, poste, poste! Dê-lhe card e irrelevância. Não importa.
2 – Economize em produção
Internet é “barata”. Conteúdo tem que ser barato. Banco de imagens barato. Vídeos baratos. Assim, sua imagem corporativa de marca vai seguir a máxima de que a estética corresponde à ética. Ou seja, visual pobre em produção é igual a empresa pobre em sua oferta. Empresa pobre em oferta é pobre em reputação e valor.
3 – Engane-se com o tal de engajamento
6 curtidas. Ou 60. Que show. Não importa se é todo o departamento de marketing curtindo ou a mãe de menina do marketing e suas amigas. Mostre os gráficos pros acionistas. Estampe os dashboards em releases. Comemore os recordes de acesso. E vibre com sua empresa competindo com ela mesma pra ver quantas voltas ela é capaz de dar em torno do seu umbigo.
4 – Dê migalhas para impulsionamento
Web é barata. Se faz com pouca grana. Uns trocos e deu! Daí o pessoal se mata e traz mais relatórios, mais gráficos, todos provando que o alcance foi incrível. (Que alcance é esse que nada repercute do que a gente faz, você poderia pensar…).
5 – Exagere um pouquinho as ações para sua equipe de vendas
Diga-lhes que a web é realidade. Que o marketing esse ano vai bombar. Que vai ter um post por dia. Ou um nas segundas, quartas e sextas, não importa (ver item 1). Que 4 (quatro!) pessoas ligaram diretamente atrás do seu produto. Sim, os famosos LEADS. Mostre os gráficos do item 3. Motive-os mostrando que o fato deles não enxergarem as suas ações de marca/marketing é culpa deles!!! Ou, melhor ainda, diga que o marketing tá certo de novo, pois eles – vamos & venhamos – não são seu público-alvo…
6 – Crie um padrão imutável – de preferência, medíocre – nos posts
Fica fácil pra todo mundo. Qualquer aprendiz reproduz. Crie um manual. Pasteurize sua comunicação. Mediocrize sua imagem. Fica bonitinho. Tudo igual. Basta correr o feed que vai estar tudo lá, tudo soldadinho, todos os posts bem iguaizinhos. Que orgulho!
7 – Transforme seu pessoal em atores da Globo
Eles são ótimos de vídeo. Só não foram descobertos, ainda. Filme-os no celular. Vai ficar excelente… Não corrija os erros de concordância nem a pronúncia daquela palavrinha em inglês. Afinal Management by Knowledge ninguém quer saber mesmo o que significa. Quanto mais natural, melhor. Fica mais… natural. E, assim, mais amadorismo você passa em suas mensagens. Dá uma ideia de artesanal, talvez, pra sua marca. Tipo assim, marca simplesinha, sem valor.
8 – Parabenize tudo. Comemore tudo.
Dia da samambaia. Da Jaboticaba. Do urso panda. Do avestruz (já falamos que é um bicho bem estranho?) Comemore! Dia da Emancipação de Pirombeira da Serra! Parabenize! Bote uma foto qualquer, um banco de imagens. Todo mundo adora samambaia. Ou jaboticaba. Tem orgulho de sua cidade. Festeje. Comemore. Grande receita para o microsucesso. Marcas pequenas se fazem assim!
9 – Todo mundo dá ideias. E a gente aproveita todas!
Ambiente colaborativo não está na moda? Então! Incentive qualquer um a colaborar. Planejamento? Branding? Pra que? Delegue a gestão de sua rede pra qualquer um que diz que entende e voilá: Vale tudo! Quiz; Receitas de Bolo; TBT; Vídeos do departamento; Fotos pobres de produto; Conteúdo de bom-dia; Frase motivacional; Trends;
10 – Faça viralizáveis!
O que é exatamente isso? Bem todo mundo tem sua versão. O que mais podemos dizer?
Pra concluir, responda:
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Você é o que você publica?
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Você tem orgulho de seu feed?
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Você, se fosse cliente, sentiria que é bom fazer negócios com você?
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Você enxerga que sua comunicação digital deixa isso claro?
Fuja das soluções médias, medianas, medíocres.
Relembre que o princípio fundamental do marketing é que ninguém deseja aquilo que não conhece e não admira.
Que o foco verdadeiro de comunicação de marca é valor e diferenciação.
Que comunicação digital não é lugar para amadores. E nem pra pensar pequeno.
Esse artigo foi produzido pela área de planejamento da e21.
Uma agência que defende atuações estratégicas para o fortalecimento das marcas no mundo digital.
Até porque marcas fortes são o último diferencial competitivo do mundo atual.